janeiro 07, 2016

Guess it's time to talk about it

Para que esse post seja compreendido, gostaria que o vídeo abaixo fosse assistido. É bem delicado, sincero e, de todos que já vi nos últimos anos, foi o que mais chegou perto de mim.



Eu odeio falar sobre isso. Fujo como dizem que o Diabo foge da cruz. Finjo estar em outro lugar, mudo de assunto, aceno com a cabeça, dou uma resposta ensaiada de empatia comum... I mean, hoje eu dou uma resposta empática, mas há 10 anos (porra, tô velha pra kct) era umas patadas. É tão difícil falar sobre isso... Se o post sair dos rascunhos isso quer dizer que venci uma batalha miserável dentro da minha cabeça.

Well, it isn't just another bad day. Eles vêm com tanta frequência que já se tornaram ordinários. Não consigo lembrar quando tudo isso começou, mas tenho uma sensação de que foram há seis anos. Eu não notava, mas estava ficando cada vez menos instigada a viver. Um total de 01 pessoa percebeu back then, mas conseguiu fugir antes de se contagiar. Ter um dementador na sombra meio que afasta as pessoas. Embora ele esteja ali por você, esfria os outros também. Você se sente tão inconveniente que acha melhor ficar longe. É até melhor mesmo. 

O convívio social, entretanto, é necessário entre as espécies para sua sobrevivência. E mesmo que meu dementador estivesse louco para me dar uns beijinhos, tem algo forte em mim que não quer e isso vem me alimentando nesses últimos anos. Então, corretivo, base, pó e um rímelzinho pra ajudar na máscara para usar nas small talks. Conversas substanciais? Cativar pessoas? Não sei mais fazer isso, nunca soube muito bem. 'Magina se eu arrasto mais uma alma pra minha sombra pegar?! No no no.

Até agora pensei um total de 04 vezes em desistir desse post. Keep calm and carry on.

Cinco.

Lembro que quando criança, tudo o que eu queria era crescer. Chegar à fase adulta, ser independente, trabalhar, ter dinheiro pra comprar as coisas que sempre quis, viajar pelo mundo e ter responsabilidades. Sim, eu queria ter responsabilidades e ainda quero, o problema é quando você não tem um pingo de energia pra levantar e cumprir com as deadlines. Hoje consegui lavar metade da minha pia de louças sujas. Comecei bem e me perdi no caminho. É tão frustrante ser incapaz de realizar coisas ridículas do cotidiano. Makes you feel like a waste of air.

"Só quem tem sabe como é" - Escuto/leio demais isso. E com as experiências que tive, que assisti de perto, de longe ou apenas li, uma coisa é ainda mais certa: cada um reage de um jeito. Há os que preferem expor aos amigos, família, desconhecidos até. E há os mais recatados. Já deu pra saber quem sou eu né? -q Não gosto de me expor. Não consigo tirar da minha cabeça de que o meu problema não é problema dos outros. Isso só torna ainda mais difícil o caminho da melhora, se quer saber. A solidão me seduz e ela me reduz. 

Muito provavelmente se eu tivesse falado mais sobre isso ou não desistido de ir à terapia não teria caído de novo. Blé. Mas estou no ciclo vicioso tosco de me anular mais uma vez. Encontrei o torpor novamente na vida, ele alimenta o dementador e me deixa viver sem crises histéricas de ansiedade. Dois comprimidos, 30 minutos pra um fazer efeito + 30 minutos pro outro me deixar respirar sem ter de calcular cada inalada. Mas pera, o torpor é mental e visual. Fico muito bem sedada com minha querida Netflix assistindo num repeat sem fim todos os episódios de Modern Family. 

Inclusive, acho que retornarei ao Netflix. Foi mais um dia de expectativas sendo frustradas. Blé.

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